Em Caminho - Quem vê o Porto, acrescenta-lhe um ponto.

Despertar em quem ambiciona conhecer esta cidade a vontade de o fazer de uma forma diferente, tal como tenho feito nas últimas visitas.

Falar sobre a cidade do Porto, aos olhos de um turista (“tuga” ainda por cima) não é tarefa fácil. Contudo, conto com este pequeno artigo poder despertar em quem ambiciona conhecer esta cidade a vontade de o fazer de uma forma diferente, tal como tenho feito nas últimas visitas.

Já perdi a conta as vezes que fui à cidade do Porto. Antes ia maioritariamente em trabalhos ou, na juventude, em “passeios” de escola. Desde 2015, após umas largas dezenas de incursões por aquela cidade, decidi ser turista nela. Fiquei espantado e apaixonado com o que dela recebi. Mas vou explicar melhor.

Em Maio de 2015 aproveitando o preço do avião Lisboa – Porto e o facto de estar temporariamente sem trabalho, lá me meto eu no regional da CP em direção a Lisboa e daí voo até ao Sá Carneiro. Sozinho, com uma mochila pequena com o essencial e muita vontade de descobrir pelos meus olhos e pés a cidade invicta.

Vista do casario

Vista do casario

No anteceder deste caminho, preparei-me com alguns locais a ir, algumas opiniões de outras pessoas e fiz uma pesquisa de uma coisa que já tinha feito noutras cidades, nomeadamente Barcelona e Bruxelas, mas que, até então, desconhecia se se praticava em Portugal: Free Walking Tours. É verdade. Santa ignorância minha talvez, mas descobri que (felizmente) já é prática por cá. Lá contactei via facebook o guia de uma dessas tours – feitas por residentes locais para turistas, mas que fogem ao clichê turístico tradicional, dos livros – e acertei o dia, a hora e o local do encontro.

Saí do aeroporto, metro e mais uns metros a pé até chegar ao local marcado, passando logo por um dos locais onde, por várias vezes já tinha estado, noutros contextos que não turísticos, ou ainda que com um pouco de índole turística, fossem diferentes do contexto de então.

Fui “embebedado de Porto” naquela manhã!

Calma… não foi pelo vinho, foi pela cidade, pelas pessoas, pelo ambiente, por tudo… menos pelo vinho. Esse confesso que deixei de parte propositadamente pois já era algo que tinha feito – visitar caves do Vinho do Porto – e estava ali para aproveitar o Porto de outra forma naqueles três dias.

Foi uma manhã muito agradável, apesar da chuva e do tempo cinzento (que a meu ver ainda tornou a cidade mais bonita naquele dia), ainda rendeu mais de uma dezena de quilómetros nas pernas entre locais mais turísticos e locais mais acatados. Fi-lo com o “guia” portuense e com um casal de Polacos de visita à cidade e ao país. Segundo soube, era o primeiro português a recorrer aos serviços dele… espero ter sido o primeiro de muitos.

Verdade...

Verdade…

Um roteiro muito interessante para quem gosta de caminhadas e de fotografia, como eu, e que se faz bem numa manhã, mas que pode fazer-se num dia, para ter tempo de entrar nos vários locais e desfrutar de cada um deles, pode muito bem ser:

Quem vê o Porto, acrescenta-lhe um ponto. Estas são algumas das minhas sugestões. Acrescente as suas e verá que vai desfrutar desta bela cidade portuguesa como nunca.

Comece pelo Hospital de Santo António e siga, pela ordem que julgar mais pertinente pelos seguintes pontos:

  • Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo
  • Jardim da Cordoaria
  • Edifício da ex-cadeia e tribunal da relação do Porto – Centro Português de Fotografia
  • Torre dos Clérigos
  • Livraria Lello
  • Miradouro das Virtudes
  • Palácio da Bolsa
  • Mercado Ferreira Borges
  • Avenida dos Aliados
  • Paços do Concelho
  • Estátua do Ardina
  • Igreja de Santo Ildefonso
  • Igreja de Santo António dos Congregados
  • Estação de São Bento
  • Rua de Santa Catarina
  • Café Majestic
  • Mercado do Bolhão
  • Coliseu do Porto
  • Estátua de Vímara Peres e a vista do casario
  • Sé Catedral e Paço Episcopal
  • Muralha Fernandina – Guindais
  • Ponte D. Luís
  • Serra do Pilar
  • Descer da Sé para a Ribeira pelas escadas e ruas estreitas cheias de colorido
  • Rua das Flores
  • Ribeira
  • Pilares da Ponte de Pênsil
  • Cais de Gaia

Depois apanhe o metro ou outro transporte público e vá até à Rotunda da Boavista, visite a Casa da Música, percorra a pé a Avenida da Boavista e termine o dia, ou guarde para um segundo dia pois vale a pena, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, a Casa de Serralves e o Jardim de Serralves.

Porto à chegada a São Bento

Porto à chegada a São Bento

Outro dia pode ser passado na zona da Foz do Douro ou aproveitar para conhecer o Palácio de Cristal e o Parque da Cidade.

Durante a noite aproveite para um passeio no tabuleiro superior da Ponte D. Luís com vista sobre a Ribeira, o Douro, o Cais de Gaia e a Baixa do Porto. Dê um passeio pela zona da Torres dos Clérigos e beba um fino no Piolho.

Ponte D. Luis

Ponte D. Luis

Para quem ficar mais do que um dia na cidade do Porto, as opções de alojamento são mais que muitas. Eu dou preferência aos Hostels (grandes ou mais acolhedores, baratos, modernos, guest houses, hotéis, entre outras tipologias de alojamento).

Para finalizar, por agora, não se preocupe em perder umas horas no Centro Português de Fotografia. A entrada é gratuita e o espólio permanente bem como as exposições temporárias valem a pena. Já falado acima mas não menos importante para mim, a visita à Livraria Lello. Já lá fui quando era gratuita e mais recentemente com entrada paga, mas nunca me canso de percorrer aquelas prateleiras e escadas a alimentar uma outra paixão, a leitura. Local emblemático desta cidade, tal como tantos outros como o Café Majestic ou o Coliseu, são, para mim, de visita obrigatória.

Este artigo fica por acabar pois o desejo é voltar muitas mais vezes a esta cidade e deixar aqui muitas mais ideias. Obrigado!

Bom caminho!

 

 Em Caminho

 

Artigo originalmente publicado no meu antigo blog – Em Caminho

“O principal objectivo deste blogue é, para já, o de despertar nos leitores e seguidores a curiosidade de serem turistas no seu país, na sua cidade. Espero conseguir pelo menos dar o incentivo, bem como algumas dicas interessantes, mas espero também receber muito. Receber ideias, sugestões, críticas, convites, etc.

Vou escrever sobre caminhos já feitos, sobre caminhos que tenciono fazer, sobre caminhos que gostava de fazer, sobre caminhos que podem ser feitos por outras pessoas. Vou escrever, sem data e hora marcadas sobre o que tiver a ver com os meus caminhos, as minhas viagens e incursões por este Portugal maravilhoso e, quiçá, por esse mundo fora.
Mas viajo assim tanto?
Não, claro que não. Infelizmente não tenho dinheiro para viajar sempre que me apetece, apesar de conseguir viajar com pouco como já tive oportunidade de fazer. Mas sempre que der para sair do sofá e ir por aí, vou tentar antes ou depois escrever por aqui.

A ideia é mesmo dar ideias para programas e locais a visitar, sempre numa óptica de turismo não convencional. De mochila às costas, ou mesmo à boleia. Dar a minha opinião e sugestão e deixar que o leitor descubra por si, pois cada local pode ter várias abordagens e despertar diferentes sensações a cada pessoa que o aborda”.

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